A Helibras, fabricante brasileira de helicópteros, inaugurou ontem, com investimento de R$ 420 milhões, a primeira ampliação de sua fábrica em Itajubá, no Sul de Minas, e já tem planos para novos investimentos no país. Do novo hangar sairão 150 modelos EC72 que terão 50% de conteúdo nacional, um terço dos quais adquiridos pelas Forças Armadas. O restante será destinado ao mercado offshore, inclusive para o atendimento à exploração de petróleo na camada do pré-sal.

O aporte de recursos que será necessário para colocar em prática as duas iniciativas ainda está sendo calculado. “Estamos estudando o modelo para ampliar a oferta de serviços fora do estado. Podemos começar do zero ou em parceria, usando uma estrutura que já existe. O volume de investimentos vai depender disso”. As prioridades são montar uma base de manutenção na Região Centro-Oeste e outra no Nordeste.
O novo hangar é a terceira base completa de produção de helicópteros da francesa Eurocpoter no mundo. As outras duas ficam na França e na Alemanha. A empresa detém 75% do capital da Helibras. O objetivo é desenvolver no Brasil o primeiro helicóptero 100% nacional, um projeto que, depois de ser iniciado, levará 10 anos para ser finalizado e demandará investimentos pesados. “Não se trata simplesmente de pegar um helicóptero noutro país e reproduzi-lo aqui. A ideia é desenvolver uma nova aeronave, com marca brasileira”, explica Marson. A abertura do novo hangar possibilita à Helibras iniciar um diálogo com o governo brasileiro em torno do projeto nacional da aeronave. O salto no número de engenheiros da companhia, que saiu de nove para 70 em três anos, é a base para que o plano seja realizado.
“Tivemos que buscar mão de obra em diversas fontes. Grande parte desses engenheiros são ex-funcionários da Embraer. Com a contratação, conseguimos repatriar para o Sul de Minas muita gente que estava perdida pelo mundo”, brinca o presidente da Helibras. De acordo com ele, o projeto de expansão da fábrica de Itajubá atraiu desde profissionais que tinham saído de Minas para o Vale do Paraíba – que abrange parte do Leste de São Paulo e Sul do Rio de Janeiro e concentra parte considerável do Produto Interno Bruto (PIB) nacional –, e também para o exterior.
Poder de compra
Para viabilizar a ampliação da fábrica da Helibras, o Ministério da Defesa assinou um contrato de R$ 5,2 bilhões para a aquisição de 50 helicópteros EC 725. Marson reconhece que o negócio foi fundamental para que a Eurocopter reforçasse seus investimentos no Brasil. “Isso não acontece só com a Helibras. Ocorre com todas as empresas do setor, em outros países. O uso desse poder de compra traz como benefício o desenvolvimento da indústria e foi fundamental para que o projeto seguisse adiante.”

Além da ampliação da fábrica, que aumenta em 12,5 mil metros quadrados a área de produção, os R$ 420 milhões aplicados no projeto englobam a construção do centro de engenharia e investimentos em todas as instalações auxiliares, como um banco de testes, além de treinamento, implantação do simulador de voo, produção de ferramental e contratação das empresas que fornecerão partes, peças e serviços à nova aeronave.
Fonte: http://www.cimm.com.br
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