quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Engenheiros utilizam cortiça em compósitos aeroespaciais


Engenheiros utilizam cortiça em compósitos aeroespaciais
Em um artigo publicado na revista científica Nature, engenheiros do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos, afirmam que a cortiça melhora os compósitos aeroespaciais. O material natural aumenta o amortecimento dos compósitos em 250%, o que significa mais durabilidade do material. 
De acordo com os autores, a transição do uso da espuma sintética para o uso da cortiça natural pode proporcionar melhorias na performance acústica e na vibração em cabines de avião e turbinas eólicas, por exemplo. Além disso, a cortiça é um material ecológico, afinal seu processo de extração é natural e renovável, o que reduz as emissões de carbono. 
 
Os engenheiros explicam que nas estruturas aeroespaciais, é comum a utilização de "sanduíches", que são estruturas em camadas, misturando fibras e espumas sintéticas, porém essas espumas não tem um bom isolamento acústico. Para solucionar o problema, utiliza-se uma camada de 10cm a 15cm de fibra de vidro nas paredes do avião, no entanto esta solução aumenta o peso da aeronave e diminui o espaço interno. 
 
"A cortiça tem propriedades intrigantes incluindo elasticidade não-linear, alta compressibilidade e capacidade incomum de recuperação  dimensional, o que resulta em excelente desempenho de absorção de energia", explica  Jonghwan Suhr, um dos pesquisadores. A cortiça também tem como propriedades bom isolamento térmico e impermeabilidade a gases e líquidos. Essas características, segundo os engenheiros, fazem da cortiça o material ideal na fabricação de aviões e equipamentos aeroespaciais. 
 
De acordo com os estudos realizados, os valores de condutividade térmica, o coeficiente de expansão térmica e os valores de calor específico são semelhantes para o aglomerado de cortiça e o de espuma sintética, geralmente usado ​​em materiais compósitos aeroespaciais. Estudos também mostraram que o aglomerado de cortiça pode resistir a temperaturas de até 200°C com perda de massa mínima, de até 6%. 
 
Nos estudos foram comparadas as espumas de cortiça e espumas Rohacell. Os engenheiros dizem que além das vantagens mecânicas, a cortiça custa 10% do valor que seria gasto com a espuma sintética.
 
A tecnologia já está sendo negociada com uma empresa fabricante de isolamentos acústicos e térmicos de Portugal.


Nenhum comentário:

Postar um comentário