sábado, 3 de maio de 2014

Por que somos tão improdutivos?

A revista Exame publicou uma matéria de capa falando sobre a improdutividade do trabalhador brasileiro, destacando que um único trabalhador americano é capaz de produzir mais que cinco dos nossos. A informação não é das mais espantosas, pois sabemos que, mesmo tendo evoluído muito nos últimos anos, o Brasil ainda está longe de ser referência em termos de inovação, capacitação e qualificação no que diz respeito ao trabalho. "Mas o que a improdutividade do trabalhador brasileiro tem a ver com processos?", você deve estar se perguntando. A resposta para sua pergunta é: tudo!

Talvez não fique claro em um primeiro momento, mas se pararmos para pensar, basicamente tudo em nossas vidas depende dos processos. Processos são necessários para gerir um país, uma empresa, nossa casa e por aí vai. São os processos que permitem estipular o fluxo de atividades a ser executado assim como são os processos que determinam os papeis dentro da execução. É também por meio dos processos que conseguimos ter referência dos procedimentos realizados e saber se estão sendo executados corretamente e isso já acontece há boas décadas.
De acordo com dados publicados na revista, um trabalhador brasileiro gera, hoje, em torno de 22.000 dólares de riqueza por ano. Já o trabalhador americano gera 100.000 dólares. Dessa forma, são necessários cinco trabalhadores brasileiros para gerar a riqueza que um trabalhador americano gera sozinho. Mas a discrepante diferença não existe à toa. Os americanos investem seis vezes mais que os brasileiros, portanto sua produtividade é bem maior, fazendo com que a renda per capita por americano seja cinco vezes a por brasileiro. E, se engana quem pensa que o brasileiro trabalha pouco. Muito pelo contrário! Dados do clube das economias desenvolvidas, OCDE, e da Organização Nacional do Trabalho, o trabalhador brasileiro dedica mais horas ao trabalho que os trabalhadores da maioria dos países ricos.
Segundo Wallace Oliveira, CEO da Venki Tecnologia, a baixa produtividade nas empresas brasileiras não está ligada à falta de trabalho, mas à falta de processos. “O trabalhador brasileiro trabalha bastante, porém não produz, pois a maioria das empresas não dispõe de um ambiente de processos que propicie a produtividade”, explica. Para o CEO da Venki a partir do momento em que se oferece ao trabalhador um ambiente de processos, a empresa estará agregando benefícios significativos como, por exemplo:
  • Facilidade na Comunicação entre áreas;
  • Apoio por meio de Ferramentas de Softwares;
  • Clara definição de responsabilidades;
  • Melhorias na Gestão do Conhecimento;
  • Maior controle e menor vulnerabilidade a fraudes.
Um estudo inédito do Boston Consulting Group revelou que 70% do recente crescimento do país deu-se a partir da incorporação de força de trabalho. Temos diminuído nosso índice de desemprego, porém alcançamos um único ponto acima da média em produtividade. De que adianta então termos mão de obra quando o que realmente precisamos é crescer em produtividade? O crescimento é positivo, porém a baixa produtividade ainda é um fator determinante no crescimento econômico e acúmulo de riquezas de qualquer país.
A partir da implementação de processos dentro do ciclo produtivo de uma empresa é então possível perceber os ganhos efetivos com a organização, eficiência e com a otimização do tempo de execução das atividades. Por meio da utilização de ferramentas BPM de gestão, por exemplo, é possível rever os processos executados e perceber como podem ser melhorados, fazendo com que se instaure um monitoramento da melhoria continua desses processos. Na matéria da Exame, o vice-presidente da Multinacional Basf, empresa de tintas sediada em São Paulo, atestou ganhos em rendimento de 50% após análise e revisão dos processos internos da empresa. A revisão dos processos envolveu desde a escala de funcionários até a área responsável pela expedição dos produtos. 
Outro dado interessante é que no Brasil, 90% das empresas, as micro e pequenas empresas, possuem menos que dez funcionários e, dessa forma precisam de quatro vezes mais capital e trabalho para ter a mesma produtividade de uma empresa de grande porte. “Percebe-se que quanto menor o porte da empresa, maiores são as dificuldades para aquisição de capital para investir em pessoal, equipamentos e tecnologias que irão auxiliar na produtividade e também na gestão dessas empresas”, comenta Wallace. 
O CEO da Venki Tecnologia acredita que a tendência agora é fazer com que os processos sejam levados às micro e pequenas empresas, para que elas possam, assim como as grandes corporações, garantir um bom desempenho produtivo a partir do uso do BPM. “O mercado de BPM tem que se aproximar da realidade dessas empresas no Brasil e adequar seus produtos e serviços para que possam ser úteis e colaborar para o seu crescimento”, ressalta Wallace.
Conforme destacamos em boa parte do artigo, a partir de mecanismos de gestão por processos, é possível fazer com que a produtividade das empresas cresça, permitindo que elas obtenham capital suficiente para que possam investir em ferramentas como equipamentos, mão de obra e tecnologias garantindo o aumento de produtividade em um âmbito “global”, ajudando o país a crescer produtivamente. 

Fonte: www.supravizio.com

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